terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Vanguarda pela Vanguarda

Só de ouvir falar em “Pós-Modernismo” eu sinto uma pontada no peito. Reflito se meu ser, meu eu inaccessível a mim mesmo, escondido nas sombras da minha própria consciência é um conservador arraigado. Apesar dessa tenebrosa desconfiança, vejo sinais de lucidez na aversão a alguns aspectos pós-modernos.

David Harvey cita Poggioli em “A Condição Pós-Moderna”: a vanguarda está condenada a conquistar, por influencia da moda, a própria popularidade que um dia desdenhou – e isso é o começo do fim.

Essa é a sensação que tenho ao analisar as tendências mais palpáveis. Pegue a música. Nesse campo cultural especifico, a asserção de Poggioli é flagrante. As bandas alternativas de hoje são os ícones do mainstream de amanha. Os ideais de hoje são deliberadamente trocados pelo “amadurecimento” que a fama e a popularidade trazem consigo.

O problema principal não é a alta rotatividade da moda, a fluidez extrema dos valores ou a efemeridade dos ícones. O problema é a aparente falta de evolução que as sucessivas vanguardas apresentam, acumulando informação e produzindo pouco conhecimento, como as sensações do mundo virtual – MSN, ORKUT, FACEBOOK, TWITTER, ? – A percepção de que cada nova concepção artística ou de expressão coletiva cultural está inserida invariavelmente, em diferentes graus, no paradigma comercial, faz vir à memória vanguardas ideologicamente fortes do passado; consistentes; claras; propositivas.

O PÓS-MODERNO se mostra cada dia mais intenso, plural, heterogêneo e... Vazio. O modernismo foi uno e pouco tolerante, mas claro em seu “core” valorativo, gostassem ou não dele. Não procedo a uma defesa da mentalidade moderna, muito menos, me oponho as liberdades ampliadas e as possibilidades incalculáveis da cultura pós-moderna. O que tento sublinhar é a característica comum das vanguardas.

Prometem a diversidade e o espaço para todos, a liberdade de representação estética, o reflexo do individualismo ampliado. Viva o diferente! Não há, entretanto, engajamento político, não há preocupação com questões sociais, não há, enfim, reflexão acerca do próprio paradigma. Toda moda parece destinada ao pop, ao lazer-produto, à arte consumo, ou a se tornar a marca distintiva de um grupo limitado, uma tribo, que grita o mais alto que pode em meio a todas as outras tribos, defendendo seu direito a ser diferente. Pouco, muito pouco.

domingo, 23 de agosto de 2009

O significado

Dos três significados do título descritos acima, vamos ficar com o primeiro. O objetivo deste blog é se tornar um espaço de discussão, no qual todos podem opinar. O blog também poderia se chamar Fórum, porque esperamos uma participação dos visitantes, que poderão postar seus próprios textos ou responder à opiniões aqui divulgadas. De nossa parte, vamos contribuir como podemos para que debates interessantes tomem lugar neste blog, postando conteúdos de assuntos variados, em um espaço para todos - porque as melhores idéias são as que criam as mais intensas controvérsias.